sexta-feira, 3 de agosto de 2018

NOTÍCIA RELEVANTE PARA NOSSA NAÇÃO!




Perigo no clima: relatórios apontam consumo excessivo dos recursos naturais e temperaturas recordes

Jornal do BrasilDENIS KUCK, deniskuck@jb.com.br


Os alertas mundiais sobre a ação do ser humano no clima chegam de todos os lados. Uma nova onda de calor afeta a Europa, onde as temperaturas podem atingir os maiores níveis da história no continente, chegando a 37ºC na Espanha e Portugal. Incêndios consomem as florestas da Califórnia. Chuvas e inundações são registradas no Japão e na Ásia. No dia 1º de agosto, a humanidade consumiu o conjunto de recursos que a natureza consegue renovar em um ano. Nos cinco meses restantes, viveremos “em déficit ecológico”, exaurindo estoques naturais com a sobrepesca, extração excessiva de florestas e emitindo mais CO2 do que os ecossistemas são capazes de absorver. Em relação à poluição, segundo o relatório anual do Estado do Clima, os gases do efeito estufa marcaram novas máximas em 2017. Além disso, o calor está anormalmente intenso e o derretimento de gelo no Ártico bateu recordes.



Pedestres de Tóquio tentam se proteger do tufão Jongdari, que atingiu o Japão nos últimos dias de julho. Antes das chuvas, país sofreu com onda de calor que matou 80 pessoas

De acordo com Valérie Gramond, da Wild World Fund (WWF), associação vinculada à ONG Global Footprint Network, 1º de agosto foi a “data em que utilizamos todas as árvores, toda a água, o solo fértil e os peixes que a Terra pode nos fornecer em um ano”. 
O Dia de Sobrecarga da Terra chega cada vez mais cedo. Em 1970, a data foi registrada em  29 de dezembro. No ano passado, esse dia ocorreu em 3 de agosto. O cálculo é feito por meio da divisão da biocapacidade do planeta (montante de recursos naturais disponíveis) pela quantidade de recursos que consumimos. Atualmente, precisaríamos de 1,7 planeta para sustentar todas as demandas da humanidade por um ano com os ecossistemas que temos. 
Segundo o relatório anual do Estado do Clima, compilado por cerca de 450 cientistas de mais de 60 países, em 2017 houve uma piora do clima global. Os três gases do efeito estufa mais perigosos – dióxido de carbono, metano e óxido nitroso – atingiram novas máximas. O recorde anual de altas temperaturas foi observado na Argentina, Bulgária, Espanha e Uruguai, enquanto o México “bateu seu recorde anual pelo quarto ano consecutivo”. 



Cume do pico mais alto da Suécia derreteu e perdeu posto

“Todos os 10 anos mais quentes já registrados ocorreram desde 1998, com os quatro anos mais quentes tendo ocorrido desde 2014”, diz o relatório. O ano passado foi, dependendo dos dados utilizados para cálculos, o segundo ou o terceiro mais quente desde meados dos anos 1800. O resultado é ainda mais preocupante se considerarmos que em 2017 não houve o fenômeno “El Niño”, que aumenta as temperaturas mundiais. 
O calor sem precedentes chegou ao Ártico, onde a temperatura da superfície terrestre foi 1,6ºC acima da média de 1981-2010, segunda maior marca desde que a medição começou, em 1900. As geleiras da Terra encolheram pelo 38º ano consecutivo. “Cumulativamente desde 1980 a perda é equivalente a cortar 22 metros do topo da geleira média”, afirma o relatório. Como consequência, a média mundial do nível do mar é agora 7,7 centímetros maior do que em 1993. 
Apesar dos alertas, autoridades mundiais parecem caminhar no sentido contrário. Ontem, os EUA anunciaram a suspensão das normas ambientais obrigatórias que o governo impôs à indústria automotiva, abrindo caminho para uma legislação menos rígida. Enquanto isso, o Canadá diminuiu os impostos sobre emissões de gases de efeito estufa para estimular a produção industrial.
Até renas fogem do calor
As sucessivas ondas de calor que atingem a Europa fizeram até as renas da Noruega buscarem uma sombra. As autoridades do país alertaram os motoristas para que fiquem atentos com os animais que se refugiam nos túneis em busca de ar fresco. 



Calor faz renas buscarem sombras em túneis na Noruega

“Faz muito calor há semanas no norte da Noruega. Os animais buscam abrigo em lugares mais frios”, disse à Agência AFP Tore Lysberg, funcionário da agência do governo responsável pelas estradas.“Tanto as renas quanto as ovelhas encontram refúgio em túneis e áreas sombreadas para se refrescar”, informou ele. O fenômeno não é novo, mas neste ano está ocorrendo em níveis nunca antes vistos. Segundo o Instituto Meteorológico norueguês, a temperatura no condado de Finnmark, no Círculo Ártico, atingiu o recorde de 31,2°C. 
Na Suécia, o que era o ponto mais alto do país, uma geleira na montanha Kebnekaise, perdeu esse posto pois está derretendo devido às altas temperaturas. A atração turística no norte da Suécia tem dois picos principais, um ao sul, coberto de gelo, e um ao norte, sem a geleira. De acordo com uma pesquisadora de uma estação climática localizada perto do Kebnekaise, o cume sul perdeu quatro metros de neve entre 2 e 31 de julho.Na última medição oficial, o pico sul tinha 2.097 metros, apenas 20 centímetros mais alto que os 2.096,8 metros do pico norte.
De acordo com um estudo internacional da Universidade Monash, da Austrália, o número de mortes provocadas pelas ondas de calor aumentará nas próximas décadas, caso não sejam tomadas medidas para frear as mudanças climáticas. Entre os 20 países avaliados na pesquisa, o Brasil está em terceiro lugar nas projeções de aumento das mortes ligadas ao calor. Nas primeiras colocações estão Colômbia e Filipinas. O estudo procurou prever o que acontecerá com a  saúde humana em diversos cenários climáticos.De acordo com um estudo internacional da Universidade Monash, da Austrália, o número de mortes provocadas pelas ondas de calor aumentará nas próximas décadas, caso não sejam tomadas medidas para frear as mudanças climáticas. Entre os 20 países avaliados na pesquisa, o Brasil está em terceiro lugar nas projeções de aumento das mortes ligadas ao calor. Nas primeiras colocações estão Colômbia e Filipinas. O estudo procurou prever o que acontecerá com a  saúde humana em diversos cenários climáticos.
Calor causará mortes no Brasil
De acordo com um estudo internacional da Universidade Monash, da Austrália, o número de mortes provocadas pelas ondas de calor aumentará nas próximas décadas, caso não sejam tomadas medidas para frear as mudanças climáticas. Entre os 20 países avaliados na pesquisa, o Brasil está em terceiro lugar nas projeções de aumento das mortes ligadas ao calor. Nas primeiras colocações estão Colômbia e Filipinas. O estudo procurou prever o que acontecerá com a  saúde humana em diversos cenários climáticos.


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Tags: calor, clima, internacional, meio ambiente, temperatura, wwf

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