segunda-feira, 16 de maio de 2011

NOTÍCIAS NACIONAL

Com 13 anos de atraso, imprensa “descobre” que satélite deve ser estatal

A revista IstoÉ traz reportagem, em tom de denúncia, dizendo que o Brasil depende da empresa Star-One, de Carlos Slim, para suas comunicações por satélite.
“Descobriram” (atrasados), que satélites sob controle estrangeiro compromete a segurança nacional. A rigor, o bilionário Slim poderia desligar os satélites, deixando às cegas a comunicação entre boa parte do Brasil.
Nós já cansamos de falar isso, criticando a privatização da Telebrás.
Em 1998, quando o governo Fernando Henrique Cardoso, privatizou a Embratel de “porteira fechada”, incluindo todos os satélites, até de uso militar. Caso inédito no mundo de entreguismo militar.
Ainda que quisesse seguir a cartilha neoliberal, o mínimo que qualquer chefe de estado tinha obrigação de fazer, era passar os satélites de uso militar para o Comando da Aeronáutica.
Mas a chamada grande imprensa ficou toda caladinha durante estes 13 anos de crime de lesa-pátria.
Trechos da reportagem da IstoÉ:
Sem um satélite próprio, o País depende de estrangeiros para proteger suas riquezas, fluir informações militares e até controlar o tráfego aéreo.
Desde que o Brasil perdeu o controle sobre seus satélites, com a privatização da Embratel em 1998, nenhum caso semelhante ocorreu.
Ao contrário das principais nações desenvolvidas e emergentes do mundo, o Brasil não tem controle nem ao menos sobre um dos quase mil satélites que estão em órbita no mundo hoje. A Índia, por exemplo, tem seis deles dedicados a ela e a China, outros 60.
“Não há como negar, é uma ameaça à segurança nacional”, diz o engenheiro José Bezerra Pessoa Filho, do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e ex-diretor da Associação Aeroespacial Brasileira (AAB).
Em 1982, durante a Guerra das Malvinas, um dos satélites meteorológicos que fornecia imagens para o governo foi reposicionado pelos Estados Unidos e deixou de fornecer informações sobre o clima em todo o Hemisfério Sul durante dois meses. Em 2005, por conta do furacão Katrina, os americanos precisaram usar toda a potência de varredura de seus satélites para rastrear o fenômeno, reduzindo a frequência das imagens da América do Sul e do Brasil. “Se fossemos atingidos naquela época por um evento da magnitude do ciclone Catarina, que varreu a região Sul em 2004, ficaríamos no escuro”, afirma Villela [Thyrso Villela, diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da Agência Espacial Brasileira (AEB).].
A história de dependência começou com a privatização do sistema Telebrás, em 1998. A Embratel, que operava os satélites BrasilSat, passou às mãos da americana Verizon e depois da América Movil, do magnata mexicano Carlos Slim, dona da Star One.
Há, logicamente, salvaguardas pelas quais a operação desses satélites é feita somente por brasileiros. Mas os militares não têm controle sobre esses equipamentos, não podem desligar o satélite ou mudar sua posição.
De reportagem a rePORCAgem
A partir de certo ponto a reportagem da IstoÉ vira rePORCAgem, quando deprecia o programa de satélites ativo da Agência Espacial Brasileira.
O Brasil continua pesquisando e desenvolvendo satélites próprios. Tem satélites em operação, em parceria com a China. Desenvolve um satélite em parceria com a Argentina, e tem acordos com Índia e África do Sul, entre outros países.
Outro erro da revista: o desenvolvimento de satélite em si, não depende do Foguete lançador (VLS) brasileiro. São projetos à parte. Apesar do VLS ser uma conquista importante no domínio da tecnologia espacial, satélites nacionais podem ser desenvolvidos e colocados em órbita por foguetes estrangeiros.
Zé Augusto – Os Amigos do Brasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário