domingo, 10 de junho de 2012

NOTÍCIA NACIONAL


Brasil vive "epidemia descontrolada" de Aids, diz presidente do Grupo Pela Vida


George Gouveia
Presidente do Grupo Pela Vidda, organização não-governamental dedicada ao combate à Aids, o psicanalista George Gouvea vem denunciando as falhas do programa DST/Aids do Ministério da Saúde. Para ele, o Brasil vive uma “epidemia descontrolada”, ao contrário da palavra oficial do Ministério que reafirma controle da doença.
Os números oficiais dão essa certeza ao presidente do Pela Vidda. Nos últimos dez anos, pelo menos 102 mil soropositivos morreram no país e 311 mil novos casos foram notificados (dados consolidados até 2010). Apesar de os números anuais não sofrerem grandes variações (média de 11 mil mortes e 34 mil novos casos por ano), Gouvea critica o uso do termo "estabilidade" para classificar os números no Brasil. "Seria o mesmo que considerar 10 mil mortes de judeus por ano no holocausto um número estável", diz.
Em recente publicação, a Fiocruz, órgão do Governo Federal, pediu uma "correção de rumo" para o programa DST/Aids no país. "Ao contrário do que se tem observado em outros países que também instituíram programas de acesso universal ao tratamento e têm observado queda na incidência de novas infecções, o Brasil não tem conseguido diminuir a incidência do HIV/Aids", aponta o documento.
Para o presidente da ONG, campanhas de prevenção à Aids devem contar com a participação do público-alvo para a obtenção de resultados positivos.“Não tem como eu ir para uma esquina falar com uma travesti sobre prevenção, a travesti vai rir da minha cara e tem toda a razão de fazer isso”. O Grupo Pela Vidda atende cerca de 300 pessoas por mês e realiza assistência jurídica, reuniões de acolhimento e palestras, entre outras atividades.
Por que você afirma que vivemos uma “epidemia descontrolada” de Aids no país?
George Gouvea - A gente não pode admitir que existam aproximadamente 35 mil novos casos de infecção pelo vírus HIV por ano. Em dados apurados em 10 anos, até 2010, a gente vai encontrar quase 350 mil novos casos de pessoas se descobrindo soropositivas. Eu não sei que estabilidade é essa. É a estabilidade da vergonha. A gente não pode se acomodar e achar que 35 mil novos casos por ano são poucos casos. A gente não pode achar que quase 12 mil óbitos por ano seja um número interessante. Que estabilidade é essa que o governo, que o Ministério da Saúde diz? É a estabilidade da morte?
Leia a entrevista completa no portal UOL.

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