sábado, 12 de outubro de 2013

NOTÍCIA NACIONAL

Greve termina nos bancos privados; públicos seguem parados

Proposta de reajuste em 8% foi aceita em assembleia pelos funcionários de instituições privadas, que já retomam as atividades nesta segunda. Assembleia na próxima semana definirá rumos nos bancos públicos


12/10/2013 - Após 23 dias de paralisação, funcionários de bancos privados do Ceará aceitaram a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de reajuste em 8% (1,82% de aumento real) e decidiram encerrar a greve. Os bancos públicos seguem paralisados. Em votação apertada (99 a 96), a maioria dos funcionários bancários de instituições públicas decidiu seguir paralisado. Uma nova assembleia deve ocorrer na segunda-feira (15).

Os bancos particulares voltam a funcionar normalmente já no início da próxima semana. 

A assembleia ocorreu ontem na sede do Sindicato dos Bancários do Ceará e contou com a participação de quase 200 funcionários. 

Além do reajuste, a categoria dos bancos privados conseguiu aumento de 8,5% (2,29% de aumento real) para o piso e compensação pelos dias parados pela greve de até uma hora por dia até o dia 15 de dezembro. Quando iniciaram a paralisação, os bancários pediam reajuste de 11,93%, o que representaria um aumento real de 5 pontos porcentuais. Além de piso salarial no valor de R$ 2.860,21, valorização dos vales-refeições e alimentação (um salário mínimo) e melhores condições de trabalho, com o fim das metas individuais. 

“Recebemos o posicionamento do comando de greve e colocamos em votação. Ao contrário de outros estados, os funcionários dos bancos públicos optaram por continuar. Vamos fazer uma nova assembleia na segunda para ver os rumos da greve”, esclarece Carlos Eduardo Bezerra, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará. 


Para Carlos Eduardo, um dos motivos da proposta da Fenaban ter sido recusada no Ceará é pela falta de propostas específicas para a categoria que trabalha em bancos públicos. “Continuamos em greve por entender que o governo da presidente Dilma não tem tratado a categoria com a valorização que ela merece”, pontua. 

Setores em queixa
O setor imobiliário e o varejo de carros queixam-se da greve. O vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), André Montenegro, afirma que já está sendo cogitada a paralisação de muitas obras em função da greve. 

“Do lado de obras públicas, que tem repasse do Governo Federal, prejudica muito, porque temos programação de pagamento de fornecedores e funcionários, independe de o dinheiro chegar”, explica Montenegro. Além disso, os financiamentos dos clientes não estão sendo finalizados. 

O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores do Ceará (Fenabrave-CE), Fernando Pontes, ressalta que o mercado está sendo afetado, embora os carros possam ser comprados com cheque ou cartão de crédito. “É complicado se adaptar a rotina de saques e depósitos em caixa eletrônico”.


Colaborou Andreh Jonathas

Nenhum comentário:

Postar um comentário