Frente Parlamentar Evangélica projeta um crescimento de 30% nas eleições do ano que vem
Por Admin em 04 janeiro 2014 | Leituras: 1326
E, em ano de sucessão presidencial, o poder de fogo desse setor da sociedade deve ficar ainda maior. Nas eleições de 2010, por exemplo, temas caros aos evangélicos, como o aborto, pautaram a disputa direta entre Dilma Rousseff e Jose Serra (PSDB).
" A presença dos evangélicos nunca foi tão grande. O debate (pautado pelo grupo) cresceu em eleições e no Legislativo " afirma a cientista política e professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Maria do Socorro Sousa Braga.
" Querem, de maneira geral, rebaixar o debate para questões morais e comportamentais " afirma.
Os evangélicos representam atualmente 22% de toda a população brasileira, segundo o IBGE. Seu voto é marcado pela fidelidade aos seus líderes religiosos.
" Há um confronto (dos evangélicos) em relação às questões morais e novos posicionamentos (de grupos LGBT). Nesse debate os evangélicos são reforçados por integrantes de outras religiões também, vários representantes católicos passam a apoiar as teses desses parlamentares " diz Maria do Socorro.
A professora da UFSCar lembra que, no caso dos candidatos à Presidência, sempre há uma tentativa de aproximação estratégica com os grupos religiosos. Ela diz que tal aproximação, porém, tem de ser feita de forma moderada a fim de não causar rejeição de outros eleitores.
Além de questões como o aborto e o casamento gay, os representantes dos evangélicos no Congresso tem outras áreas de interesse, como a de concessões de rádio e TV - por causa de programas e canais, comerciais e comunitários, ligados a igrejas. Há ainda projetos específicos caros ao setor.
Um deles é o que dá poder às igrejas para contestar leis junto ao Supremo Tribunal Federal. O texto já passou pela Comissão de Constituição e Justiça e aguarda agora o crivo de mais uma comissão antes de ir a plenário. A aprovação desse projeto será uma das prioridades dos evangélicos em 2014.
O presidente da Frente Parlamentar Evangélica, deputado João Campos (PSDB-GO), afirma que a atuação cada vez maior dos evangélicos no campo da política vai ajudar a impulsionar a expansão da bancada.
Mesmo evitando falar em um candidato à Presidência com apoio da frente evangélica, Campos afirma que o grupo não deve abrir mão de seus posicionamentos.
O pastor Marcos Feliciano (PSC-SP), que ficou conhecido após comandar durante este ano a Comissão de Direitos Humanos na Câmara, se coloca como um dos responsáveis pelo eventual crescimento do número de deputados ligados a religiões no ano que vem.
" A minha participação na Comissão despertou católicos, evangélicos e espíritas " afirma Feliciano, segundo quem já há uma forte procura de outros políticos para que ele apareça em parcerias em santinhos no ano que vem.
Feliciano protagonizou, na presidência da Comissão de Direitos Humanos, uma série de polêmicas - foi alvo de protestos constantes - e conseguiu aprovar no colegiado até projetos tidos como homofóbicos.
" Toda sua exposição explicitou o quão caricato são essas figuras, como ele que assumiu a comissão para promover a pauta da sua visão de mundo da religião e não dos direitos humanos " afirma.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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