domingo, 1 de janeiro de 2017

REFLEXÃO EM PROSA POÉTICA




“UMA FLOR CONTRA O TERROR”

Flor, uma flor contra o terror
Surge entre os campos universais! Arara
Dado que o vento sopra e arvores balançam-se,
E as folhas no amplo espaço terral se oscilam!
Agrupando-se num cenário de flores a enfeitar,
Se agitam embaladas,
O balançar dos galhos quase ofegando a florir
Das alturas dos arvoredos – o Eu poético
Envolve-se com a alma quimérica da órbita,
Da flor murteira que o tempo traz na primavera.
Assim eu surgi,
Chegando à época das safras de roseirais:
Quando, abrem-se as flores nos jardins,
Elevando multicores ao realce da esfera arbitral,
Me alegro com o inverno das águas
Assim as roseiras, aformoseiam-se de tal forma
Brotando num ápice de brisa densa,
Trazendo o colorido e o verde floral
Evaporando-se a essência aromática do ar.
É no verão que  arruínam-se, o solo se racha:
Seca que assolam,
E desponta a terra vasta da flor,
Que não se brota mais, é terror contra ela;
Ruídos se rompe, pétalas se decaem,
E seu rugido; é terror pelo barro seco,
Árido, que amortece uma flor, caem ao chão e morrem...
Oh! De certo se vai seguindo o que sai do meu eu,
Grito de pavor, sequidão que assusta anseios do sonhador,
Que mentalmente descreve palavras em frases;
Do eu, tudo que demasiadamente,
Ver campo amplo lastimoso isso dói
Vejo o ser clamando, à procura de uma flor,
Mais nada se vê até outro dia amanhecer.
Velha terra desertada,
De lastima d’água que não tem chegado!
A mãe natureza que o tempo castiga
Águas dos rios que faltam,
Lapso! O sol, que queima a pele do pensante,
Idealizador da noite fria caindo chuva,
Banhando, correndo em abundância,
Água para os rios, que os absorverão...
Conservando para suprir o desejo daquele,
Que é desejoso como ele um ser natural e pertinente
Que anseia decididamente - Sob alturas -
Voar sobre montes roseirais,
Estirado, num longo manto bordado de rosas coloridas,
Envolvido sedentariamente pelo pensante,
Descendo para ceifa de flores naturais,
Colhendo-as da terra infrutífera para um frutífero universo.
Em ficção vejo a realidade existente,
Idealizo-o; fantasiando a adejar, produtiva.
Adentrando-se no dia a dia vindouro
Logo adiante vejo um rio a correr;
Muitas águas passando, sombreadas por grandes árvores
Meu ser transborda, quando surge momentaneamente...
Uma flor! Abrindo-se entre os rachões do solo árido,
E utopicamente cresce a esperança de dias melhores!
Flor! Linda flor desabrocha entre pedregulhos da seca!
Araras voam de lado a outro sobre as arvores cantando,
Sopra uma brisa que logo passa sobre o rio!
Pancadas d’água caem sobre rochoso solo,
Esplêndido, fenomenal, caindo entre vultos coqueirais
Cheio de coco defronta-se o imenso céu azul...
Estende-se o pano do véu rasgam-se,
Sussurros e murmúrios
Dentre nos reflexos visionário do ser que depara-se de volta...
Triste realidade, Triste fim do irreal! Triste foi meu fim
Assim me inspiro-o racionalmente, respiro
Pelo vértice desse ser fantasiador que sonha.
Onírico em figuras que se configuram no irreal,
E deleita-se fixamente das imagens imaginárias,
Então, mediante o sonho,
Inerte entrega-se ao real.
Oh! Sepulta-os mesmo que as guarde no íntimo
D’alma - dentre todas elas, pedras rochosas
Mata seca murcha e morta, campo de fonte terral
Avermelhada sem água... Realmente tudo existe,
Existe ao nosso redor, mas sempre existirá,
Anseio quimérico no ar,
A pairar sempre, situando-se em tempo real,
Toda ideia visionária configurada no infinito do eu! 
Nasce à flor, passa o terror, jorra fonte d’água
Em meio ao deserto: cerrado campo fértil - plantas frutuosas,
De vasta manta floral plena do porvir...
Com novos horizontes! Nunca visto em sonho
Vistosa terra plana de lado para outro
Universo largo e pleno - estiado
De Área acessível para recolher o que semeou-se!
Além do que sonhamos contemplo o véu,
Pegando e admirando
A superfície ampla de enfeites florais
Uma te convida a venerá-la;
Sem doar-se ao bem querer daqueles que os rodeiam,
Com propósito de refutar seu imenso valor,
Pegada que passa sem ao menos beijá-la,
Pobre flor que logo é esmagada...
Flor, uma flor contra o terror é delírio
O que vejo e sinto quando te olho
A coberta de roseiras, abundante
Risonha e florida de lindas bordas...
Ainda vou mais além: pois sinto... Ou ficção?
São devaneios que flui d’alma bradando,
Aclamando, gritando, ecoa-se a voz do mais profundo ser.
Posso entender, sonhar, dentre as alucinações,
A descrevê-la em frase, o que sinto e o que sai d’alma,
E por todos os sonhos que me fascinam...
O que interessa-me? É gritar alto, pra todos ouvir
Envolvendo-os a lutar, em velar esta flor,
A flor que combaterá o terror da terra seca
E neste sonho embalo-me sonhando contigo.


Autora: Joceilma Ferreira Dantas.

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