Seca prejudicou atividades de 69% das empresas no Rio Grande do Norte
Foram entrevistados 404 proprietários de negócios de pequeno porte instalados na zona urbana de 33 municípios do semiárido potiguar, utilizando a técnica da amostragem estratificada proporcional, com erro de 5% e intervalo de confiança de 95%.
As Micro e Pequenas Empresas (MPEs) que tiveram maior impacto com a seca estão localizadas nos municípios de Almino Afonso, Apodi, Florânia, Ipanguaçu, Lajes, Patu e Serra Negra.
"O impacto ainda tem chegado de maneira intensiva e silenciosa no meio urbano, mas repercute diretamente na redução dos lucros. Além da capacitação dos empresários para conviver com esse cenário, é importante que o governo passe a criar estruturas de apoio e fomento para o desenvolvimento de atividades econômicas que não possuam relação com a seca, como é o caso do comércio e serviço, ou que tenham mercado mais amplo, como é o caso atual das facções", observa o diretor técnico do Sebrae-RN, João Hélio Cavalcanti.
Segundo o diretor, a ideia do estudo é dar subsídio a futuras estratégias para o meio urbano atenuar os efeitos da estiagem e direcionar as ações do projeto Sebrae no Semiárido.
A pesquisa mostra que a maior parte (74,3%) dos negócios tem faturamento mensal de até R$ 15 mil, sendo que nessa mesma faixa 47,7% obtêm uma receita de até R$ 5 mil por mês.
As empresas pesquisadas basicamente concentram-se nos setores de comércio (79,8%), serviços (17,5%) e indústrias (2,7%). Pela avaliação dos reflexos da seca, 39,3% dos empresários pesquisados afirmam que a seca afetou razoável ou parcialmente os negócios, enquanto 29,7% relatam que a seca prejudicou muito a atividade. Já 31% acreditam o período não afetou o desempenho da empresa.
Para o grupo que considerou a seca foi um problema, as maiores dificuldades estavam ligadas à redução de vendas (55,2%), diminuição do número de clientes (15,6%), queda nos lucros (10,8%) e inadimplência (6,4%).
Queda de faturamento foi sentido por 76% dos entrevistados
O levantamento trabalhado pelo Sebrae traçou uma avaliação dos indicadores de desempenho das empresas e constatou que a diminuição do faturamento lidera a lista com 76%, seguido da redução do número de clientes (58,6%), redução do volume de produtos em estoque (40,4%), freio na produção de bens ou serviços (36,4%) e diminuição da quantidade de empregados (15%).
O fiado aumentou para 35,6% dos entrevistados, assim como o preço dos produtos (35%), custos de produção (30,8%) e as dívidas da empresa (22,1%).
A pesquisa feita pelo Sebrae comprova que o empresariado potiguar ainda está despreparado para driblar as adversidades. Pelo estudo, 63,9% dos proprietários de negócios das cidades onde foi verificada a seca não implementaram nenhuma medida para sanar ou pelo menos amenizar os efeitos gerados pela estiagem.
Quem se preocupou fez promoções para aumentar as vendas (17,7%) ou adotou outras medidas. "O empresariado está muito acomodado. É necessário que se crie mecanismo para se prevenir e se proteger dos reflexos da seca. Oportunidades também surgem em cenários adversos", analisa João Hélio Cavalanti.
Foram pesquisadas empresas das cidades de Afonso Bezerra, Almino Afonso, Alto do Rodrigues, Angicos, Apodi, Assú, Caicó, Campo Grande, Carnaúba dos Dantas, Carnaubais, Currais Novos, Florânia, Ielmo Marinho, Ipanguaçu, Jandaíra, Janduís, João Câmara, Lagoa Nova, Lajes, Messias Targino, Nova Cruz, Parelhas, Patu, Pau dos Ferros, Pedro Avelino, Pendências, Portalegre, Santana do Mato, Santo Antônio, São Tomé, Serra Negra, Touros e Umarizal.
FONTE: O MOSSOROENSE
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