sexta-feira, 6 de setembro de 2013

DICAS PARA O ATO DA ESCRITA

O ato de escrita e uma dica de e-book

Qualquer ato de escrita deve ser sempre revestido de uma significação inerente à própria situação que o produz, significação esta que também estará inscrita no texto, produto final dessa atividade, como marca das condições de produção que o geraram.
O termo escriba traduz bem a solenidade de certos momentos em que se produz escrita. Nas culturas em que a atividade de escrever é muito pouco difundida, a figura do escriba é muito concreta. É ele que, a pedido e mediante pagamento, transpõe para o papel a intenção de escrita alheia. Ele escreve cartas, preenche formulários, produz declarações, redige contratos. Elias Canetti, em uma belíssima passagem do seu livro Vozes de Marrakech, contrapõe as figuras do narrador e do escriba ao relatar, em tom emocionado, a solenidade com que cada um desempenha seus papéis sociais, em um mercado marroquino.
A poucos passos dos narradores, os escreventes ocupavam seu posto. O silêncio reinava entre eles, era a parte mais silenciosa da Djema el-Fna. [...] Os banquinhos espaçavam-se de tal modo que não se pudesse ouvir o que se dizia ao lado. Os mais modestos ou talvez os mais antiquados acocoravam-se no chão. Ali eles refletiam e escreviam num mundo discreto cercado pelo barulho retumbante da praça e contudo apartado dela. [...] Eles mesmos mal estavam presentes ali, apenas uma coisa contava: a dignidade silenciosa do papel.
CANETTI, Elias. As vozes de Marrakech. Trad. de Samuel Titanjr. São Paulo: CosacNaify, 2006. p. 85. (Fragmento).
Será que não existem, também entre nós, os narradores e os escribas? Será que a atividade de escrever está hoje tão generalizada, em nossa cultura, que o papel social do escriba perdeu sua função? Na verdade são poucos, dentre nós, aqueles que têm autonomia de escrita. Por esse motivo, os escribas continuam a existir, em nossa sociedade, embora desempenhem, muitas vezes, um papel um pouco diferente.
Encontramos, no Brasil, tanto o escriba de praça ou mercado — tão bem representados pela personagem Dora, do filme Central do Brasil—, como o escriba de escritório (e o próprio termo aqui traz uma referência etimológica, da qual quase não nos apercebemos mais, ao ato de escrever). São estes últimos, talvez, os escribas da sociedade moderna. São eles que, vivendo no seio de um segmento da sociedade que já adquiriu autonomia de escrita para finalidades mais pragmáticas (preenchimento de formulários e cheques, escrita de cartas e bilhetes, de listas de compras, receitas...), têm agora a responsabilidade social pela produção de atos de escrita mais elaborados e com uma função mais evidentemente intelectual.
O que escrevem os escribas modernos? Deixando de lado a escrita cartorial, que a nossa sociedade continua a produzir em quantidade espantosa, cabe aos escribas modernos a tarefa de produzir os textos de jornais e revistas, os trabalhos académicos, os livros de natureza vária... São esses escribas, portanto, que continuam a criar e recriar os textos que por sua vez garantem a continuidade do espaço da leitura.
Sobre leitura, já afirmamos que um professor que não é um leitor apaixonado dificilmente conseguirá criar condições para que seus alunos também se apaixonem pelos livros. Mas que conhecimentos sobre os usos e técnicas da escrita deve o professor possuir para desempenhar com competência o seu papel?
A resposta a esta pergunta está, neste contexto, vinculada a uma outra indagação: que conhecimentos terá que elaborar o aluno sobre a representação escrita da linguagem? Ele deverá aprender a diferenciar as várias situações e contextos em que a escrita é socialmente produzida. Deverá ser capaz de produzir textos de diferentes géneros discursivos, para o que é necessário dispor de um conhecimento sobre as diversas funções socioculturais da atividade de escrever. Tal conhecimento é fundamental para que o aluno saiba decidir quando se faz necessário e significativo escrever. Esse conhecimento é necessário também para que ele aprenda que, ao escrever, deverá se adaptar às formas e convenções sociais que regulamentam o uso da escrita em contextos específicos.

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